Em textos anteriores, dei grande ênfase para a questão das linhas defensivas, seus números, nomenclaturas e até suas funções, tendo em vista que, na maioria das conversas, debates e até mesmo os treinamentos sobre a fase de organização defensiva, é dado foco nas tão famosas linhas de 4 e sua devida compactação, o jogador entre as linhas, entre outros assuntos... e por muitas vezes esquecemos de abordar sobre o primeiro combate realizado ainda muitas vezes no campo de ataque, que será tão importante quanto os outros assuntos para obtermos êxito em nossa defesa.
Esse primeiro combate citado, é dado, na maioria das vezes, na saída de bola adversária, utilizando nosso (s) atacante (s), obviamente isso sempre irá variar dentre a forma como nos organizaremos para evitar progressão e principalmente o gol adversário. O objetivo do texto é abordar sobre o posicionamento tático que será feito para dificultar a saída de bola do adversário, principalmente com relação aos atletas que estarão mais próximos a bola.
Nos dias de hoje, as duas plataformas táticas que observamos com maior frequência em organização defensiva são 1-4-4-2 e 1-4-1-4-1, partindo desse princípio irei realizar a análise tática, com maior abordagem nessas duas plataformas, mas como será dado ênfase nos números em negrito, podemos utilizar as ideias em outros sistemas táticos também.
Iniciarei falando no sistema mais comum de defesa que é o 1-4-4-2, abordando como esses dois atletas de frente (comumente atacantes, ou um atacante e um meia) se posicionarão de forma a contribuir para a equipe defensivamente. A forma mais geral e popular é esses dois atacantes se posicionarem em diagonal um do outro, com prioridade em fechar o passe por dentro, ou seja, um jogador irá realizar a abordagem no atleta adversário que está com a posse de bola e o outro estará posicionado de forma oblíqua para trás, no momento que a bola for para o outro zagueiro eles devem inverter o posicionamento, sendo assim o atleta que estava por dentro sai para abordar e o outro realizará a diagonal fechando o passe por dentro. Outra possibilidade, que pode ser utilizado em casos de maior necessidade do resultado e realizando pressão com maior número de atletas no campo adversário, é utilizando os dois jogadores da frente para realizar a abordagem, tirando a opção de retorno dele, obrigando o time adversário a jogar de forma vertical, ganhando campo, nessa opção os atletas de nossa equipe que estão nas linhas de trás estarão próximos para abordar e recuperar a posse de bola.
Falando agora sobre a outra plataforma citada anteriormente, vemos que temos apenas 1 atleta para realizar essa primeira abordagem em campo de ataque, dessa forma podemos preferir e escolher por utilizar esse atleta apenas para se posicionar de forma a induzir o time adversário a jogar por algum devido corredor, para ali podermos aumentar nossa pressão afim de recuperar a bola. Outra opção é em inversões e passes com maior risco que a equipe adversária realize em saída de bola, o adiantamento de um atleta da segunda linha de 4 saindo para realizar o bote, nesse momento o atleta entre linhas se aproxima, realiza a compactação e se organizamos em 1-4-4-2.
Após as análises táticas feitas, podemos observar que os atacantes e atletas de frente são tão importantes para obtermos êxito em nossa organização defensiva quanto os zagueiros, por exemplo. Sendo assim, em nossos planejamentos e consequentes treinamentos com foco no momento defensivo, não devemos nunca esquecer da importância desses atletas e também, parar de utilizar essa frase tão falada que o atacante está “ajudando” a defesa, mas sim utilizar e repetir inúmeras vezes que ele está cumprindo sua função e contribuindo para o sucesso da equipe.
Lucas Cesar: Estudante do futebol e suas variantes. Atuante nas categorias de base do Clube Atlético Metropolitano. Acadêmico de Educação Física e Licença B Conmebol.
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