ANÁLISE TÁTICA – FLAMENGO X AL HILAL

A data de postagem desta publicação foi adiada de forma proposital, para podermos analisar o que foi a partida da semi-final do Mundial de Clubes entre Flamengo x Al Hilal. Muito já se falou e o objetivo principal por aqui é analisar de forma tática esse jogo, no qual todos pudemos perceber que ocorreram 2 tempos distintos.

Primeiro ponto a observarmos, é que novamente muitas pessoas do meio do esporte ficam batendo na tecla apenas de um suposto nervosismo a mais pela importância da partida por parte dos jogadores do Flamengo. Assim como na análise que fiz na final da Libertadores, concordo que a parte mental é importantíssima para um jogo de futebol, mas também acho muito pequeno nos prendermos a realizar uma análise usando de argumentos apenas isso. Sendo assim, o Al Hilal foi superior ao Flamengo na primeira parte? FOI, e não é nenhuma vergonha para o nosso futebol, ou algo do tipo, admitirmos isso.

Vamos iniciar com o Primeiro Tempo, já nos primeiros instantes pode-se perceber uma postura ofensiva com a bola e agressiva sem a bola por parte da equipe Árabe. Quando tinha a posse de bola, os atacantes infiltravam na última linha da equipe brasileira, trazendo assim o conceito profundidade à tona, causando desconforto para a defesa do Flamengo, que não conseguia realizar uma compactação ideal, deixando espaços por onde o Al Hilal conseguiu criar algumas situações de finalizações, incluindo o gol. 

Em uma análise apenas de posicionamento tático, a equipe carioca pouco mudou para esse jogo, seguiu com suas linhas no momento defensivo, sua armação com 3 através da entrada de Arão entre os zagueiros e a amplitude com os laterais no momento ofensivo, mas a pergunta que fica é: Porque no Primeiro Tempo tudo isso não gerou resultado, como estávamos acostumados a ver, já no Segundo as jogadas se desenvolveram?

Conforme citado anteriormente, pudemos ver dois tempos distintos dentro da partida, obviamente isso ocorre por interferência das duas equipes, mas a grande responsabilidade está no Flamengo, na mudança que a equipe brasileira propôs para o jogo na volta do intervalo.

O jogo retornou e nos primeiros minutos decorridos, já dava para perceber uma grande mudança na equipe do Flamengo e não era em seu posicionamento tático, e sim na utilização da palavra tão citada quando se fala dessa equipe que está fazendo história, o termo INTENSIDADE. Essa palavra não se refere a correria, velocidade ou outros que por muitas vezes se faz a correlação, mas sim na agilidade que os atletas executam as ações necessárias para o jogo, causando desconforto no adversário, dificultando de serem realizados os encaixes, trazendo para o jogo a qualidade técnica individual dos seus atletas. E foi nesse exato momento que o jogo complicou para o Al Hilal, que dali para frente seria muito difícil conter a equipe brasileira. Tudo isso aliado a queda da parte física da equipe árabe, condicionou o jogo muito favorável ao Flamengo, que a cada minuto que se passava encontrava ainda mais espaço para atacar o adversário.

Além disso, após a entrada do Diego, a equipe se tornou ainda mais vertical em busca dos gols, ocorrendo assim de forma natural a virada e consequente classificação da equipe representante da América do Sul no Mundial de Clubes de 2019.

Agora, a dúvida de todo amante por futebol no momento é: Qual Flamengo iremos visualizar na grande final contra a forte equipe do Liverpool, a da Primeira ou Segunda parte? Isso só saberemos no sábado, às 14h30min quando começar o jogo. Mas por agora, o que nos resta é esperar por mais um belo jogo de futebol, que no próximo texto estaremos novamente aqui analisando.