O Facebook é amplamente a rede social mais utilizada no planeta. Com quase 2 bilhões de usuários registrados, além de 1.2 bilhão de cadastrados no Facebook Messenger, a rede criada por Mark Zuckerberg é o principal canal de interação na internet.
Para fins profissionais, este canal também se apresenta como o principal meio de relacionamento com parceiros comerciais, patrocinadores, mas principalmente, clientes e consumidores. O Facebook se tornou um termômetro para lançamento de novos produtos, suporte, melhoria no atendimento e pesquisas de campo, com resultados imediatos, sejam eles positivos ou negativos.
Em ascensão desde 2007, o Facebook substituiu o Orkut na preferência dos usuários no Brasil, o superando em número de inscritos, a partir de 2012. Um novo campo de oportunidades era vislumbrado por empresas e marcas, gerando um verdadeiro boom de ações, promoções, postagens, campanhas e interações diversas. As possibilidades de negócio, que pareciam positivas no início e que até gerou bons resultados, deu lugar a um volume de informações que começou a sufocar os leitores.
Na esteira deste sucesso inicial, os clubes de futebol no Brasil, passaram a disputar uma competição fora dos campos, na busca pela preferência de seus torcedores, tornando-os também fãs online, consumidores de informações. Esta voracidade, no entanto, acabou se tornando uma corrida por um ilusório sucesso medido por número de fãs nas páginas e poucas vezes seguiu alguma estratégia para fazer do torcedor, um consumidor de produtos e virar uma fonte de renda real.
As mudanças de algoritmo e a queda no alcance
A corrida desenfreada por número de fãs, pouco representa até hoje, pois algumas marcas e empresas optaram por estratégias que se mostraram pouco ou nada efetivas. Sem engajamento real com os leitores ou com pouco alcance e impacto nos conteúdos, o fato de ter uma página com vários seguidores, se mostrou pouco funcional.
E foi justamente este ponto encontrado por Mark Zuckerberg para controlar o "mau uso" de sua rede e aumentar sua monetização: O engajamento de usuários / alcance que uma postagem consegue ao ser realizada.
Nem tudo o que postamos é visualizado no feed de notícias (ou timeline) de amigos ou seguidores. O Facebook tem um algoritmo chamado EdgeRank que, através de uma fórmula que calcula afinidade, relevância e tempo, determina quais são as postagens que serão exibidas no feed dos usuários. Uma forma simples de aumentar o EdgeRank e consequentemente, o alcance dos posts, é pagar ao Facebook para promover seu conteúdo. Você pode impulsionar um conteúdo postado e vê-lo alcançar mais pessoas. Outra forma para conseguir estes resultados, de maneira orgânica, é conhecer seu público-alvo e gerar conteúdo suficientemente relevante para que seus usuários compartilhem.
Mudanças recentes neste algoritmo, fizeram com que o engajamento e alcance das páginas tenham caído bruscamente nos últimos tempos, obrigando-as a investir em posts patrocinados ou rever todas as estratégias de geração e publicação de conteúdo. Empresas inclusive tem revisto sua presença no Facebook, como a Folha de São Paulo, que decidiu não mais compartilhar seu conteúdo de forma assídua nesta rede.
Qual o desafio para os clubes brasileiros?
Nossos clubes estão entre os mais populares do planeta, quando falamos em número de seguidores e interações, já que o brasileiro passa em média 3 horas e meia por dia nas redes sociais (a segunda média mais alta no mundo). Uma grande oportunidade para negócios.
Contudo, uma métrica em que o Brasil aparece abaixo da média global, é justamente a mais buscada por empresas, marcas e clubes. O percentual da nossa população que realiza compras na internet é de 45%. A média global para esta métrica é superior a 50%, e se compararmos com dois mercados muito fortes no futebol, estamos ainda muito abaixo, já que o Reino Unido alcança 78% e a Alemanha tem 74% dos usuários plugados na internet, fazendo compras online.
Independente das vendas online, vale ressaltar que é possível gerar através da internet o interesse de compra nos usuários, para que eles consumam produtos em lojas físicas. Sendo assim, enxergamos um gigantesco desafio para que os clubes de futebol transformem o torcedor brasileiro em um consumidor de produtos licenciados, enquanto encontram uma redução no alcance de suas postagens na principal rede social do mundo.
Logicamente, o mundo do marketing digital não vive apenas do Facebook, mas é possível adotar algumas práticas para melhorar o alcance e fidelizar o torcedor para que ele se mantenha não apenas como um fã, mas consumidor de sua marca, como publicar conteúdos relevantes para seu público, incentivar a interação com enquetes e chamadas para ações, entendendo os melhores horários, dando prioridade ao uso de fotos e vídeos. Uma forma para entender melhor quem são seus seguidores e quais foram suas postagens mais bem sucedidas, é o uso e interpretação do Facebook Insights.
Há um longo caminho pela frente e muito ainda pode ser explorado, no universo do futebol brasileiro.
Fontes: "2018 Global Digital", We are Social / Hootsuite e "GlobalWebIndex"
Ricardo Senna tem 15 anos de atuação no mercado de Tecnologia e Comunicação, é formado em Comunicação Digital e especialização em Digital Marketing. Com passagem em empresas como UOL, Microsoft e Oracle, é criador e produtor de conteúdo do site Arquibancada Tricolor, com mais de 1.3 milhão de seguidores em mídias sociais e alcance médio semanal de 3 milhões de leitores.
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