Esta offseason da NFL ficou marcada pela oferta na posição de quarterback. O leque de opções interessantes para a posição era enorme. Isso porque o Draft deste ano teve cinco quarterbacks acima da média, dos quais quatro foram chamados na primeira rodada, algo que jamais havia acontecido na história da liga. Além disso, a free agency protagonizou a ida de Case Keenum para Denver; A. J. McCarron para Buffalo; Teddy Bridgewater, recuperado, para os Jets; Sam Bradford para Arizona; e talvez o melhor QB livre desde Peyton Manning em 2012, Kirk Cousins, para o Minnesota Vikings. Essa última, aliás, em termos de badalação, proporção e expectativa, foi a grande transação da free agency 2018!
Ao aceitar vestir a cor roxa em Minneapolis, Cousins precisa estar ciente que tem pela frente os anos mais importantes de sua carreira, começando já em 2018. A ideia dos Vikings de fazer de Kirk Cousins o segundo quarterback mais bem pago de todos os tempos não é por acaso: o time tem somente uma ambição nesta temporada, que é conquistar o Super Bowl, algo que jamais aconteceu. Por outro lado, Cousins ganhou um contrato de gente grande e está rodeado por um dos elencos mais sólidos e equilibrados da NFL; chegou a hora dele mostrar que está no nível mais alto dos QBs da liga e consegue fazer seu time ser realmente competitivo.
Os Vikings “bateram na trave” para chegar ao Super Bowl em 2017
A temporada 2017 do Minnesota Vikings foi um tanto quanto surpreendente. Isso porque a franquia começou o ano repleto de incertezas na posição de quarterback, com um running back novato no backfield, sem tanta profundidade no grupo de recebedores, com uma linha ofensiva instável, entre outras questões. Todavia, mesmo com Dalvin Cook perdendo grande parte do campeonato, todos os outros questionamentos encontraram as melhores respostas possíveis: Case Keenum, o qual tinha uma campanha na carreira de 9-15, venceu 11 dos 14 jogos que disputou; Adam Thielen, ao lado de Stefon Diggs, fez possivelmente a melhor dupla de wide receivers; e a linha ofensiva não comprometeu. Tudo isso colocou Minnesota como um dos times mais competitivos da liga em 2017, afinal, era disso que a ótima defesa da equipe precisava como auxílio durante as partidas.
Assim sendo, o Minnesota Vikings teve campanha 13-3, voltou a vencer a NFC Norte, teve sete Pro Bowlers, quatro jogadores indicados ao All Pro Team (seleção anual da NFL) e chegou à final de conferência pela primeira vez desde 2009.
Você pode estar se perguntando porque este time deu tão certo e a resposta é simples: o ataque foi eficiente e teve, durante todo o campeonato, o apoio de uma excelente defesa. O sistema defensivo dos Vikings sofreu em média 15,8 pontos por partida em 2017, algo que colocou o setor ofensivo em posição de “não precisar ser brilhante” para triunfar – e foi isso que aconteceu. Bastou Keenum jogar como um titular e proteger bem a bola (ele lançou somente sete interceptações) que as coisas aconteceram.
Entretanto, a NFL não é uma ciência exata. Chega um momento em que tudo que aconteceu dentro do padrão durante a temporada falha, e é nessa hora que o talento individual precisa aparecer. No futebol americano, isso deve partir do quarterback – e foi isso que faltou para o Minnesota Vikings conseguir prosperar ainda mais durante os playoffs em especial na final da NFC, quando a equipe foi derrotada pelos Eagles por 38-7. Não é que Case Keenum não tenha ido bem. É que no momento mais importante, contra um grande adversário, fora de casa, é preciso ter alguém realmente competitivo, especial e diferenciado under center. Minnesota espera conseguir tudo isso agora em Cousins.
Em tese, o Minnesota Vikings está ainda melhor agora
Kirk Cousins não assinou um contrato de três temporadas valendo US$ 84 milhões (tudo isso garantido) com este Minnesota Vikings como uma “simples aventura”. Esse milionário acordo entre o jogador e a franquia mostra que Cousins recebeu os méritos e expectativas de um QB diferenciado capaz de elevar o time de patamar; neste caso, pelo que foi visto na temporada passada, um quarterback que consiga liderar os Vikings à grande decisão.
A chegada de Cousins a Minnesota coloca no elenco um QB que teve pelo menos 4.000 jardas e 25 touchdowns nas últimas três temporadas que disputou, incluindo quase 5.000 jardas em 2016. Nesse período, aliás, Kirk Cousins teve campanha 25-25-1, algo que levanta algumas críticas quanto à valorização e ibope em torno dele, porém que é justificado pelo elenco instável e limitado de Washintgon desde 2015. Como adiantado, chegou a hora do camisa #8 mostrar que é realmente competitivo e capaz de cobiçar grandes conquistas. Para isso, ele terá a melhor defesa da NFL (reforçada por Sheldon Richardson ainda), Dalvin Cook com um ano a mais de experiência, Mike Zimmer nas laterais do campo e um dos grupos que mais almeja o Super Bowl na atualidade. Não existem desculpas – mas sim muita responsabilidade – para a era Kirk Cousins em Minnesota.
Caio Miari Santos, 22 anos, jornalista e apaixonado por esportes, enfatizando os americanos, principalmente o futebol americano. É também fundador do Shotgun, no qual produz, apresenta e edita os podcasts do Rádio Shotgun! Contribui semanalmente com um texto sobre a bola oval para a THE360.
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