No Campeonato Brasileiro da série A de 2018, se considerarmos os primeiros 94 jogos, apenas 24 deles tiveram ocupação de mais da metade da capacidade nos estádios, ou seja, em cerca de 75% destes jogos o estádio estava com menos da metade de sua capacidade. (Fonte: app.globoesporte.com – Acesso 08/06/2018 – 09:25)
Realmente este não é um dado animador, principalmente se pensarmos que temos uma população ativa bastante grande em nosso país e com um número imenso de pessoas que respondem pesquisas dizendo que torcem para algum time, mesmo que a cada ano cresça o número dos não interessados no futebol.
Mas voltemos ao título da coluna, as companhias aéreas utilizam-se da gestão de rendimento, que foca em adaptar o custo das passagens de forma dinâmica e em tempo real, buscando o maior rendimento possível. E não se trata apenas de oferta e demanda, as companhias utilizam softwares cada vez mais sofisticados onde algoritmos analisam inúmeros fatores para apresentar o valor da passagem para o usuário.
Obviamente comparar estes dois mundos tão distantes não traz uma análise conclusiva, muito menos verdades absolutas, são mundos bastante distintos, mas nos traz uma ótima reflexão. Se faz necessário pensar soluções para que possamos ter estádios mais cheios, apoiando seus times, e claro os clubes utilizando do bem mais precioso para lucrar com merchandising, consumo de alimentos e bebidas, que é a paixão de seus torcedores.
Costumo dizer que podemos enumerar 10 ou mais motivos para o estádio estar vazio. É a falta de segurança, são atletas com alta qualidade revelados no país e que já foram embora antes mesmo de estrear no profissional, são os valores caros de ingresso e por ai vai.
Outros fatores que acabam esbarrando em novas políticas de atração de torcedores são alguns pontos como: estatuto do torcedor, regras das federações e taxas. Fechar um borderô de um jogo é uma verdadeira arte que não me arrisco a falar sobre isso. De novo, meu papel nesta coluna é colocar uma reflexão.
Posso estar muito enganado, mas dificilmente colocamos no centro do campo o gestor financeiro, contábil, jurídico, marketing e representantes dos torcedores no centro de tudo para discutir possíveis soluções, novas ideias e conquistar avanços. Geralmente ficamos presos em pensamentos do tipo. “Brasileiro gosta de título”, “Aqui sempre foi assim” que engessam o pensamento disruptivo que já falei mais em outra coluna.
Agora felizmente temos alguns bons movimentos como o Bahia que limitou um número de ingressos para os menos favorecidos com valores “pagáveis” para aquela realidade. Uma ação excelente, cujo os frutos poderemos acompanhar no avançar da temporada, porém, houve uma ação, houve a tentativa.
Em uma ação como essa existe o medo da migração de categoria, pessoas que deixarão de pagar o valor maior para surfar nesta onda, porém sempre me pergunto, quem tem condições de voar de primeira classe em sua maioria, vai para a geral?
Pois é, nem tudo esta perdido.
Viva o Bahêa minha gente!
Temos sim uma luz no fim do túnel.
Jackson Mattos é um apaixonado por marcas, experiência com o consumidor e esportes. Especialista em Branding e Marketing, tendo atuado por cerca de 15 anos com marketing, sendo 10 destes anos com Marketing Esportivo dentro de clube de futebol.
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