Em uma reportagem no programa Redação Sportv de segunda-feira dia 19 de agosto de 2019, foi mostrado em uma pesquisa que de 2011 até 2019 ocorreram 473 trocas de técnicos nos clubes da série A do campeonato brasileiro. Isso mesmo, 473 trocas em 9 anos. Esse número é tão significativo que se somarmos as 3 maiores ligas do mundo, Premier League, La Liga e Bundesiga, foram um total de 446, somente 9 trocas a mais que os clubes brasileiros.
Quais seriam os motivos?
1º Cultural – Existe um sério problema cultural no foco no resultado de curto prazo, é aquele que se chegar e não resolver não está capacitado.
2º Falta de Planejamento – Quando se contrata um técnico, poucos clubes analisam se o modelo de jogo técnico condiz com o do clube, se os jogadores que estão no elenco estão de acordo com o modelo de jogo proposto pelo técnico e esperado pelo clube e se existe a estrutura necessária para o trabalho.
3º Qualidade dos técnicos – Existe uma grande crise na classe. Algumas das grandes promessas estão desapontando, grandes figurões estão ficando ultrapassados além da falta de um suporte diretivo ao trabalho de longo prazo.
4º Técnicos Estrangeiros – Existe certa resistência à vinda de nomes de fora para uma troca de ideias e novos métodos, tendo como exemplo a entrevista do Levir Culpe há alguns meses falando do técnico Jorge Sampaoli.
Isso interfere muito na qualidade do futebol jogado, onde a pressão pelo imediatismo e o erro de planejamento, além de gerar um alto custo de rescisões e contratação de jogadores que seriam uteis a determinado técnico e não a outro.
Dos clubes da Serie A, apenas Palmeiras, Santos, Athletico Paranaense, Grêmio, Internacional e Corinthians estão com o mesmo treinador desde o começo da temporada e se for contar da temporada passada somente Palmeiras, Athletico Paranaense, Grêmio e Internacional. Apenas Rogerio Ceni, que estava no Fortaleza, saiu para uma oportunidade maior quando foi para o Cruzeiro.
Não existe uma receita para contratar um técnico ideal, mas podemos ficar atentos aos seguintes detalhes:
1º Modelo de Jogo do técnico condiz ao modelo de jogo esperado pelo clube.
2º Estrutura de trabalho e suporte diretivo.
3º Confiança mutua entre comissão técnica, direção e atletas.
4º Histórico recente de trabalhos e atualização do profissional e sua comissão.
Nelson Martini - Especialista em Gestão e Marketing Esportivo, Estudioso e Apaixonado por futebol, desde a parte técnica até a Gestão. Gestor de Projetos e Analista de Desempenho e Analista de Mercado
PARCEIROS