Estamos em um momento confuso para o mercado esportivo. As práticas esportivas pararam praticamente no mundo todo.
Clubes, marcas, patrocinadores e entidades esportivas tentam se adaptar e algumas ações começam a se destacar como uma tomada de oportunidade em meio a tudo isso.
Quando pensamos no esporte contextualizado com a situação de quarentena que vivemos, descobrimos o quanto ele pode ser uma ferramenta de comunicação interessantíssima! Não como um produto necessariamente, mas uma ação de marketing pode se beneficiar de diversas formas, além de beneficiar comunidades com conscientização.
E assim começamos descrevendo o projeto do designer e empreendedor Paulo Sampaio, da agência PWL, que iniciou um projeto de criar uniformes no padrão do futebol para homenagear entidades que estão brigando na linha de frente no combate ao Covid-19.
40 instituições já receberam homenagens e estão incríveis!
Aproveitamos para conversar um pouco com Paulo a respeito do projeto que busca ressaltar essas importantes instituições.
Como empreendedor, você acredita que um produto para fins de conscientização e serviço social se potencializa por esses fatores?
Acredito sim que um produto que conscientize as pessoas pode se potencializar por diversos fatores, principalmente os que temos vivido nas últimas semanas. Mas vale lembrar que nem tudo nessa hora é lucro. Se um produto nasce para conscientizar, ajudar, levantar fundos ou qualquer outro princípio dessa natureza, isso deve ser mantido até o final do ciclo. Oportunidades aparecem durante o caminho, mas a ideia principal deve ser mantida.
O quanto você vê o esporte disposto (ou não) para ações como essa?
Acho que o interesse está mais na outra ponta, nas pessoas que queremos homenagear e lembrar. O esporte foi o elo emocional que fez as pessoas gostarem e incentivarem o projeto. É um dos elementos de composição e criação. Não foi um projeto pensado do esporte para as pessoas, mas sim das pessoas para os profissionais. Da torcida para o time. Na etapa que o projeto se encontra agora, depois da criação, começam a surgir várias ideias que podem ser aproveitadas para o esporte. Mas depende de diversos outros fatores. Se em um segundo momento pudermos levar isso do campo para a arquibancada, vai ser demais!
A sua ação de montar uniformes para as organizações que estão na linha de frente no combate contra a covid-19 já recebeu algum tipo de incentivo ou projeto de crowd funding para confecção?
O incentivo vem diariamente com cada pessoa que curte um post, marca alguém, indica uma instituição, compartilha ou trabalhadores dessas categorias que me agradecem e pedem para compartilhar os uniformes com suas equipes. Quando isso acontece eu sinto que a missão está sendo cumprida. E essa é a real intenção. O projeto nasceu da vontade de levantar a moral do pessoal que está na linha de frente. Vendo esse pessoal trabalhando por todos nessa hora, pensei em algo que eu pudesse fazer para ajudar. Daí surgiu a inspiração de juntar a paixão por futebol com design. Será que conseguimos falar para esse pessoal que estamos todos no mesmo time? Esses insights trouxeram o projeto até aqui. Nenhum crowd funding foi pensado nem proposto, nem no início e nem agora. Mas ideias de viabilizar as criações, colocar à venda e reverter o dinheiro para as instituições já surgiram várias. O investimento inicial é o que segura. Mas sinceramente prefiro hoje que as confecções produzam máscaras, por exemplo.
Como você descreveria a reação que as pessoas têm ao conhecer esse projeto? Elas enxergam camisas de centros que não são esportivos, mas que estão nas vidas delas em momentos bons e ruins. Como elas costumam responder a isso?
A reação até agora tem sido ótima! Recebi mensagens de várias instituições, diretores e principalmente de médicos e funcionários que estão trabalhando. Todos se sentiram acolhidos e receberam a mensagem que todos nós estamos com eles nesse momento, não só na conversa, não só nas redes sociais, mas nas atitudes e no reconhecimento. E vejo um entendimento muito grande de todos enquanto sociedade de que na dificuldade nossa união deve ser mais forte.
Você acha que na atual situação de quarentena, as pessoas podem se aproximar mais dessas instituições pelo serviço prestado?
A aproximação já está acontecendo, muita gente compartilha e marca as instituições nos posts em todas as redes sociais. Acho que isso ajuda a tornar a instituição mais próxima do público, mais humana, e gera uma reciprocidade muito forte, que vai além da relação produto / cliente muitas vezes percebida no segmento. As pessoas sentem que as instituições gostam e se interessam pelas mesmas paixões que elas. E isso gera uma afinidade muito grande.
Saiba mais sobre o projeto Football Jerseys!
#fiqueemcasa
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