Precificação dos produtos e concorrência

Um dos fatores que está diretamente ligado a precificação é a concorrência, por esta razão abordaremos simultaneamente os dois temas. As particularidades de cada arena são tantas que na maioria dos produtos ou espaços comercializados a disputa por clientes não é tão acirrada, permitindo que haja disparidade de valores entre elas. Cada uma tem um tamanho, localização, estrutura, formato e disponibilidade de datas, logo, dificilmente o contratante levará em conta somente o preço. 
Quando uma produtora de shows pretende fazer um evento em arena na capital de SP com público até 40 mil pessoas ela geralmente procura o Allianz, e para grandes shows a opção passa a ser o Morumbi. É um bom fluxo de negócios, pois os eventos menores ocorrem com maior freqüência e o Alllianz tem mais datas a oferecer, inversamente proporcional ao Morumbi. 
A valoração dos shows está associada ao mesmo fator (expectativa de público) além de poder variar de acordo com o modelo de negócios. 
Geralmente, além da locação, as arenas cobram um custo adicional de quadro móvel operacional, onde as produtoras contratam os próprios funcionários do locador para compor o quadro colaborativo e elas têm que arcar com os possíveis danos que o evento possa causar. No que se refere ao Morumbi, acresce-se também uma taxa de remanejo do gramado, já que a prioridade é o futebol e a manutenção de seu “palco esportivo”.
Os demais espaços cedidos onerosamente, como os camarotes, costumam ter uma diferença de valor entre arenas de acordo com sua localização geográfica (similar a variação de preços no mercado imobiliário), localização em relação ao campo, área útil, programação de eventos que a arena tem a oferecer e experiências que podem ser adicionadas a este pacote de locação. 
Há diversas empresas que mantém espaços privados em mais de uma arena. Em SP, por exemplo, a Soccer Hospitality, empresa especializada em camarotes, possui espaço no Allianz Parque (Fanzone), no Morumbi (Pub Sports) e na Arena Corinthians (Fielzone). Isso é bem comum tanto com empresas de hospitalidade quanto com camarotes empresariais. 
O ex-presidente do EC Bahia, Marcelo Santana, diz que a concorrência não está entre os clubes, mas dos clubes para com outros meios de entretenimento. A modernização dos estádios, a construção de arenas e os mais diferentes atrativos criados para conquistar pessoas dispostas a consumir, vêm paulatinamente dando força ao futebol nessa concorrência. Hoje em dia as arenas não são freqüentadas somente pelos aficionados por futebol, dispostos a tomar chuva, quase não ter opções de alimentação, sentar em lugares desconfortáveis e enfrentar filas homéricas nos banheiros. As arenas passaram a oferecer maior conforto, diversas opções de compra (tanto de alimentos quanto produtos) e passou a segregar mais os tipos de torcedores/consumidores diferenciando o valor em cada setor de acordo com o que ele oferece. 

No Brasil ainda temos muitos degraus para galgar até que realmente consigamos fazer do futebol um verdadeiro espetáculo, mas há uma evolução constante, lenta, mas constante.