A Final Com Derby Basco

Após um ano de atraso, a final da Copa do Rei da temporada 2019/2020, entre Athletic Bilbao e Real Sociedad, foi disputada hoje, 03 de abril de 2021. 
A demora para realizar a derradeira partida se deu pela tentativa de que a primeira final da Copa do Rei entre dois clubes bascos ocorresse com a presença do público – lembrando que a pandemia mantém o público afastado dos estádios da Espanha desde março de 2020. 
Porém, com a ausência de previsão de quando os torcedores poderão frequentar os estádios e a proximidade da final da Copa do Rei da temporada 2020/2021, que também contará com a participação do Athletic Bilbao – o adversário será o Barcelona –, optou-se pela disputa do clássico basco sem a presença de suas apaixonadas torcidas. 

Apesar da falta de torcida nas arquibancadas, havia elementos suficientes para acompanhar a partida, tais como: (I) a primeira final entre dois clubes bascos na história da competição; (II) a histórica rivalidade entre os dois maiores clubes do País Basco; (III) a tentativa da Real Sociedad de encerrar um jejum de 34 anos sem títulos; (IV) a chance de o Athletic Bilbao conquistar a 24 Copa do Rei – um título que não ganha desde 1984 – e, de quebra, manter o jejum de seu rival. 

Iniciada a partida, o que se viu em campo foi o reflexo do momento vivido pelas duas equipes em La Liga. A Real Sociedad, sexta colocada no campeonato espanhol, teve a bola e, com isso, controlou o ritmo da partida. O Athletic de Bilbao, nono colocado no espanhol – com 10 pontos de desvantagem para o seu rival –, apostou na marcação forte e nos contra-ataques para tentar surpreender a Real Sociedad. A tática defensiva dos Leones prevaleceu na primeira etapa, e os times foram para o vestiário com o placar inalterado. 

No segundo tempo, além da prevalência da técnica da Real Sociedad, um personagem especial se destacou: Iñigo Martínez.

O protagonismo de Iñigo Martínez começou quando uma final entre os dois maiores clubes bascos apenas habitava o imaginário dos torcedores. Martínez jogou por praticamente uma década na Real Sociedad, até que, em 2018, transferiu-se para o Athletic Bilbao. Chegando ao maior rival de seu antigo clube, o zagueiro disse que se sentia feliz ao assinar com um clube que almejava algo além de terminar o campeonato no meio da tabela. 

Voltando para a final de hoje, Iñigo Martínez, mesmo sem querer, transformou-se no personagem principal da partida. No início do segundo tempo, após dar um carrinho para cortar uma bola cruzada na área, provocou uma longa interrupção para que o VAR checasse um possível toque de mão dentro da área. Após muitos minutos de apreensão, a decisão da arbitragem de vídeo foi pela manutenção da falta fora da área. Na sequência, Martínez tentou alcançar Portu para interceptar um belo passe, mas apenas encontrou o tornozelo de seu adversário. Pênalti marcado e vermelho direto – a expulsão foi revertida depois da checagem do VAR. 

Mikel Oyarzabal, capitão do time, revelado pela Real Sociedad e torcedor do clube, pegou a bola e converteu com maestria a penalidade máxima. 1 a 0 que se manteve até o apito final para dar a 3ª Copa do Rei aos Txuri-Urdin, o primeiro título desde1987. 

O título representa a coroação do grande trabalho feito pela diretoria da Real Sociedad, que recentemente passou por um período de reconstrução depois de enfrentar longos 3 anos na segunda divisão espanhola, bem como o risco de decretar falência.

Parabéns à Real Sociedade e a seus fanáticos torcedores em San Sebastián