A premiação do Oscar 2018 em solo americano me fez escrever o artigo desta quinzena desejando refletir um pouco com você sobre os ídolos brasileiros no esporte, e o que nós profissionais de marketing temos feito de ações e estratégias para valorizá-los, e claro, aproximar nossos clientes cada vez mais da história.
Para quem estava na fase adulta ou na juventude próximos aos anos 90, certamente teve dois grandes ídolos para admirar e se inspirar nas suas carreiras vitoriosas: Ayrton e Guga do Brasil, um mais no inicio da década e o outro mais para o final. Me lembro muito bem como era bom acordar aos domingos já sabendo que teria Fórmula 1 e lá teríamos, se não uma vitória, uma corrida com destaque de um brasileiro que chegou ao tricampeonato mundial e infelizmente nos deixou precocemente.
Certa vez, em uma reunião com uma empresa especialista em retorno de mídia, pude observar um estudo que revelou que tanto na data de aniversário quanto no dia do falecimento do Senna as pesquisas no segmento do automobilismo crescem consideravelmente. Pilotos atuais são comparados ao Senna, boatos e versões sobre o acidente são relançados nas redes e por ai vai. Isso mostra o quão grande é a força de um ídolo.
Fato é que Ayrton é sinônimo de automobilismo, e sinônimo de esperança e sucesso para quem teve o privilégio de escutá-lo em suas entrevistas diretas ou vê-lo dentro do cockpit acelerando.
E nosso querido Guga? Felizmente homenagens não faltam para ele. Ele sempre está presente na TV, em premiações e frequentemente é convidado para representar o Brasil em eventos internacionais. Guga também atua de forma incrível com seu Instituto, tem sua franquia de escolas, muitos projetos sociais e licenciamentos efetivos. Aqui já fica a dica, se você não leu, leia sua biografia GUGA, UM BRASILEIRO, 2014. Leitura essencial para nós amantes do esporte. O carisma deste cara é algo sem palavras. Guga ainda conta com bons patrocinadores, como Itaú e Peugeot entre outras marcas fortes, algo muito interessante e merecido.
E no futebol? Se pensarmos em Pelé, o Rei do futebol, podemos destacar bons trabalhos, homenagens, participações em eventos e programas de TV, trabalhos como comentarista em meios de comunicação, além de ser embaixador do Brasil em grandes eventos como a Copa do Mundo. Até presidente honorário do New York Cosmos ele se tornou.
Enfim, estas lendas, vivas ou não, felizmente estão em voga e de uma maneira ou outra dignamente lembradas e valorizadas. Poderíamos ainda citar Oscar, Maria Esther Bueno, Hortência e tantos outros que fizeram e fazem muito pelo nosso esporte.
Mas e os ídolos locais, aqueles que fazem a história em clubes regionais? Muitos certamente estão esquecidos por nós gestores. Existem clubes que sua maior estrela da história não é sequer citada, nem mesmo em seu site oficial. Muitas vezes não passam de uma estátua em frente ao estádio ou uma breve história contada dentro de um museu. Por outro lado, jogadores da história começam a fazer parte da área de negócios e administrativas dos clubes, juntam-se a outros atletas em times de masters e tudo isso é ótimo para trazer um pouco mais de alma e pertencimento ao clube.
Tenho acompanhado um excelente trabalho com o Zico. Há uma boa conexão com a marca Zico x Flamengo, resultando em ações bem estruturadas, merchandising e licenciamento. Um ótimo exemplo a se seguir, aprofundar e melhorar.
Chegando ao fim, podemos destacar outro ótimo exemplo. Marcas como NIKE e ADIDAS frequentemente relançam em grandes eventos ou campanhas produtos utilizados por ídolos no passado, geralmente em mercados de interesse das companhias. A utilização destes atletas como embaixadores da marca é extremamente efetivo.
Em um mundo cada vez mais colaborativo, com possibilidade de criações simples e com investimentos relativamente baixos, podemos constatar que a criatividade pode ser o grande diferencial, basta ver Kobe Bryant, o ganhador do Oscar na categoria “Curta de animação” com o curta DEAR BASKETBALL, 2017. Certamente colocar o consumidor no centro de tudo e contar uma boa história, verdadeira e de paixão de nossos ídolos, trará um legado inimaginável às futuras gerações de torcedores.
E o lucro disso tudo? O lucro certamente virá como consequência.
Jackson Mattos é um apaixonado por marcas, experiência com o consumidor e esportes. Especialista em Branding e Marketing, tendo atuado por cerca de 15 anos com marketing, sendo 10 destes anos com Marketing Esportivo dentro de clube de futebol.
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