O ano de 2018 traz um evento que vai definir os caminhos do nosso futebol, as possibilidades de sucesso ou fracasso do nosso principal esporte, mas esse evento já está manchado antes mesmo de acontecer. E não é a Copa do Mundo.
Daqui a um mês aproximadamente, no dia 16 de Abril, a CBF vai realizar sua eleição, na qual será conhecido o sucessor do Marco Polo Del Nero. Porém, esse sucessor já está nomeado, com candidatura única, Rogério Caboclo, que hoje ocupa o cargo de Diretor Executivo de Gestão na CBF, será o novo presidente da entidade máxima do futebol do Brasil.
Não conheço o trabalho ou a personalidade do Rogério Caboclo, mas alguém que tem a indicação de um presidente de federação que não pode sair do país, que foi do conselho punido da FIFA, no mínimo, não chega com boas referências. Além do mais, o Del Nero só iria indicar alguém que continuasse seu trabalho, que não o cause ainda mais problemas do que já tem, e que prossiga com a mesma política que trava o futebol brasileiro, que nos coloca atrás da China, do México e, em breve, se tudo continuar como está, da Argentina, em termos de atratividade da Liga Nacional.
O que mais demonstra a defasagem da CBF é o sistema de votação para presidente. Para alguém se candidatar ao posto, é preciso um mínimo de apoio de 8 Federações Estaduais e 5 clubes da Série A. Caboclo, com grande ajuda de Del Nero, conseguiu apoio de 20 Federações Estaduais, o que já inviabilizou a entrada de um concorrente para essa eleição.
Ou seja, Del Nero fez com que o voto dos clubes se tornassem inúteis, pois ele já tem uma rede de dirigentes que o segue, não importa quais são suas ordens e são os votos deles que acabam valendo. E o futebol brasileiro fica à mercê dessa política de favores, promovem projetos pessoais e em nada valorizam o esporte.
Já passou da hora dos clubes organizarem uma Liga própria, independente da CBF, com calendário organizado, atraente para o público e rentável aos clubes. Também passou da hora da CBF tornar o futebol mais organizado, dar estrutura para a formação de atletas, apoiar o futebol em áreas onde é pouco praticado e até esquecido.
E lá vamos nós para mais um período obscuro do nosso futebol nos perguntando o que o futuro nos reserva.
Lucas Benevides é sócio da THE360, com experiência na área de marketing e também no empreendedorismo. Formado em publicidade com Pós-Graduação em Marketing, começou a ser blogueiro esportivo antes mesmo dos blogs existirem.
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