06/11/18

Se a CBF fosse gerida pelo Rock in Rio

O último post foi bastante repercutido pelo formato que utilizei bem como pelas invitáveis comparações com a realidade da gestão do futebol brasileiro pela CBF. Como provocação recebi a sugestão para escrever um novo post invertendo o sentido. Como seria gerido o futebol brasileiro pela filosofia de gestão do Rock in Rio?  (Se o Rock in Rio Fosse Gerido Pela CBF).

Aceitei o convite e convido o leitor a acompanhar as ideias e possibilidades.

A primeira medida a ser tomada seria um forte trabalho de valorização da marca. Um profundo trabalho de pesquisa seria realizado visando entender e destacar os principais atributos e valores que o campeonato brasileiro e a forma como ele é percebido pelos torcedores.

Com base nesses atributos e valores, seguindo os conceitos das grandes ligas esportivas globais, o Campeonato Brasileiro ganharia uma marca e um slogan, como por exemplo: SFB – Superliga do Futebol Brasileiro, juntamente com um slogan, que poderia ser “O campeonato nacional mais disputado do mundo” ou “Onde nascem os craques”.

Uma vez definido valores, atributos e marca, a próxima etapas seria buscar parceiros comerciais com valores e atributos similares e que queiram associar suas marcas com um produto que com um grande potencial a ser explorado por vários stakeholders.

Partindo dos mesmos conceitos aplicados na gestão do Rock in Rio, seria desenvolvido um projeto para transformar o Campeonato Brasileiro num produto de alto valor agregado, com foco muito além do jogo, priorizando experiências para todos os tipos de torcedores, transformando cada partida num grande evento, onde torcedores de diferentes idades, gêneros e poder aquisitivo pudessem passar várias horas dentro das arenas, com atividades antes e depois dos jogos, como fossem num parque de diversões ou num shopping center.

Visando a exposição das marcas nos principais mercados mundiais, tanto dos times como do produto, o calendário seria adequado ao europeu, com a temporada se iniciando em agosto e terminando em junho. Desta forma seria possível os times poderem jogar partidas de pré-temporada em torneios disputados pelas grandes marcas do futebol mundial.

Além dessa alteração, se evitaria o risco de perder os principais destaques do campeonato no meio da temporada. Além disso o número de jogos seria reduzido em cerca de 20 datas para os times conseguirem se preparar melhor além de evitar desgaste físico dos jogadores, que acaba prejudicando a qualidade do espetáculo, que precisa ser condizente com os atributos e valores da marca.

Como o foco seria atrair o maior número possível de torcedores para os jogos, os dias e horários das partidas seriam de acordo com a conveniência dos torcedores, bem como a priorização da Copa do Brasil para o meio de semana, e jogos da liga somente nos finais de semana. Provavelmente poderia ter até uma final da Liga para marcar o final da temporada como um evento único, podendo ser explorado e ativado pelos patrocinadores e parceiros comerciais.

Para marcar a abertura da temporada seria criado a Supercopa do Brasil, um jogo que abriria a temporada entre o campeão da Liga e o campeão da Copa. Esse jogo poderia ser marcado em outros países, tanto nas Américas como na Europa, Oriente Médio ou Ásia, ou mesmo em estados brasileiros fora do eixo Sul-Sudeste, visando transformar esse jogo num evento único.  Seria criado a Supercopa do Brasil Lisboa, Supercopa do Brasil Las Vegas por exemplo.

Uma Liga com uma grande equipe cuidando de cada detalhe, de todo o processo, como é o caso do Rock in Rio, poderia começar a atrair jogadores de outros países fora da América do Sul para jogar na Superliga brasileira. Jogadores com Ibrahimovic, Rooney, Pirlo, Xavi, Iniesta poderiam vir jogar no Brasil alguns anos antes de terminar a carreira. Quem sabe Messi ou até Cristiano Ronaldo?

Trabalhando a marca, o produto, executando com excelência cada detalhe do produto ofertado, seria possível gerar muito mais receitas com patrocinadores nacionais e globais, além de uma enorme quantidade de produtos licenciados, tanto da liga como dos times que disputariam os campeonatos.

Visando as novas gerações uma gama de produtos como uma liga de eSport seria criada, várias experiências com realidade virtual e ampliada, além dos torcedores poderem votar em certos tipos de decisões ou avaliar serviços, produtos, jogadores, treinadores e dirigentes.

A Superliga do Futebol Brasileiro seria uma grande experiência para todos os tipos de torcedores, bem como um excelente produto a ser transmitido para outros países. Seria uma excelente plataforma de comunicação para as marcas, para os parceiros de mídia, para quem produz conteúdos, para os patrocinadores, que poderiam se relacionar com um grande público potencial e também para os jogadores e treinadores, que também teriam mais contato com seus torcedores.

O retorno seria muito maior, podendo atingir os números de patrocínio como do estudo efetuado pelo Itaú BBA, onde as receitas com publicidade poderiam saltar dos atuais R$ 734 milhões anuais para R$ 4 bilhões, quintuplicando a receita. (Confira no texto - Potencial de Patrocínio no Futebol Brasileiro)

Como no Rock in Rio, o Campeonato Brasileiro poderia ser a Disney do Futebol das Américas, concorrendo diretamente com as grandes ligas da Europa e até dos Estados Unidos, como um produto atrativo e alternativo ao que atualmente está disponível para o público mundial.

“Se você é capaz de sonhar, é capaz de realizar. Nunca perca de vista o fato de que tudo aqui começou com um rato.” Walt Disney

Marcelo Paciello - Apaixonado por gestão e marketing esportivo. Mais de 10 anos como gestor de negócios, mestre e pesquisador em Gestão do Esporte especializado em marketing esportivo.


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