12/12/18

Três times que resolveram (e três que não) grandes problemas nesta temporada da NFL

O draft e a free agency significam na NFL as duas melhores oportunidades para que as equipes reforcem seus elencos. Os problemas que aconteceram no campeonato anterior se tornam prioridades para a nova temporada e, a partir disso, a comissão técnica e diretoria tomam decisões em busca de reforços.

Na última intertemporada, vimos várias trocas e escolhas de draft interessantes. Por exemplo, os Rams deram All-In nas contratações ao adquirirem Ndamukong Suh, Aqib Talib, Marcus Peters e companhia. Já o recrutamento, viu cinco quarterbacks chamados na primeira rodada, algo inédito desde 1983. Entre outros casos.

Com isso em mente, repare – e não pense que seja uma mera coincidência – que as equipes que encontraram soluções para grandes problemas atravessem boas fases e seguem na briga pelos playoffs. Nos casos em que os problemas continuam, o mesmo não pode ser dito.

Problemas resolvidos (ou basicamente isso)

Cleveland Browns: quarterbacks

Solução: Baker Mayfield (QB), recrutado na 1ª rodada do Draft 2018

Resultado: pela primeira vez em 64 jogos, os Browns venceram dois jogos seguidos. Como titular, Mayfield tem campanha 3-5, 17 TDs e sete INTs.

Entre 1999 e a semana 4 de 2018, 31 quarterbacks diferentes foram titulares pelo Cleveland Browns. Na história da NFL, um time jamais teve uma “seca” tão grande de um nome sólido under center quanto Cleveland nas últimas décadas.

A pior campanha no campeonato passado, então, colocou os Browns em posição de recrutarem Baker Mayfield como primeira escolha geral. (veja no texto  O QUE O CLEVELAND BROWNS ESPERA - E PODE TER – EM BAKER MAYFIELD?) Mayfield se tornou titular de fato na semana 4 - e desde então não balançou no posto. Ele foi capaz de vencer três dos oito jogos que disputou, com um rating final de 93,2. Além disso, por incrível que pareça, o Cleveland Browns ainda sonha com uma vaga nos playoffs.

Pelo menos pela próxima offseason, a posição de quarterback não estará entre as necessidades dos Browns – e há um bom tempo isso não acontecia.

Indianapolis Colts: linha ofensiva

Solução: Quenton Nelson (G) e Braden Smith (RT), recrutados no Draft 2018

Resultado: a linha ofensiva dos Colts é que menos permitiu sacks até agora, com 11.

A linha ofensiva do Indianapolis Colts mudou “da água para o vinho” de 2017 para 2018. Afinal, o setor, que foi o pior da NFL em sacks no ano passado, hoje é o melhor da NFL ao lado dos Saints. Ademais, Indy permitiu 50 hits em Andrew Luck neste ano, a nona melhor marca do campeonato.

O processo para atingir esse nível na linha ofensiva passou diretamente pelo draft. Em 2016,  escolha de primeira rodada foi o center Ryan Kelly. Neste ano, isso se intensificou ainda mais: escolhas de primeira e segunda rodada foram investidas em Nelson e Smith, respectivamente. No fim das contas, não é um absurdo dizer que os Colts recrutaram os dois melhores bloqueadores internos em dois dos últimos três drafts (Kelly e Nelson).

Washington Redskins: linha defensiva

Solução: Daron Payne (DT), recrutado na 1ª rodada do Draft 2018

Resultado: os Redskins tiveram a pior defesa da NFL contra o jogo corrido em 2017, cedendo 134 jardas por jogo. Neste ano, essa marca caiu para 100, a oitava melhor do campeonato.

A solução para melhorar a linha defensiva de Washington não é Daron Payne isoladamente. Payne foi o complemento que faltava para um setor que foi reforçado nos últimos anos. Estava claro que os Redskins precisavam de nomes talentosos na linha defensiva. O time carecia de defensive linemen sólidos nas trincheiras, e isso inclui a pressão ao QB adversário pelo interior da linha também.

Desta maneira, para uma defesa 3-4, os Draft 2017 e 2018 resultaram em Jonathan Allen e Daron Payne, respectivamente. Além do instinto, os ex-jogadores de Alabama, uma das faculdades mais renomadas no que diz respeito à linha defensiva, também impressionam pelo tamanho: Allen e Payne medem 1,91 m, e pesam 133 kg e 145 kg, nesta ordem.

O problema de incomodar os corredores adversários aparentemente foi resolvido!

Menções honrosas: ataque dos Bears, jogo corrido dos Lions e grupo de recebedores dos Ravens.

Precisarão de outras alternativas

Cincinnati Bengals: defesa (principalmente front seven)

Tentativa de solução: free agency (Chris Baker e Preston Brown) e Draft 2018 (Sam Hubbard, Andrew Brown e Malik Jefferson)

Resultado: os Bengals têm a pior defesa da NFL em pontos e jardas totais. O front seven, setor mais reforçado, é o segundo pior da liga em jardas corridas permitidas e o sétimo em sacks totais.

Na última offseason, os Bengals buscaram profundidade no front seven. Aquele setor que já contava com nomes como Geno Atkins, Michael Johnson, Carlos Dunlap e Carl Lawson, foi reforçado. Baker e Brown foram contratados depois de boas temporadas em Tampa e Buffalo, respectivamente. E Hubbard, Brown e Jefferson foram chamados no recrutamento.

Após 12 semanas disputadas, Lawson e Brown sofreram lesões, Baker foi dispensado e Brown está apenas no practice squad. O resultado disso, combinado a uma comissão técnica incoerente, é a pior defesa da NFL: Cincinnati sofre em média 31 pontos por jogo!

Jacksonville Jaguars: quarterback

Tentativa de solução: o time manteve Blake Bortles em um ataque similar ao de 2017

Resultado: os Jaguars marcam menos de 18 pontos por jogo e Bortles acabou de ser colocado no banco de reservas.

A chegada de Leonard Fournette aos Jaguars na temporada passada mudou a configuração ofensiva da equipe, diminuindo a pressão sobre Bortles. O resultado disso foi uma temporada com 21 TDs e 13 INTs do camisa #5, que ainda levou seu time à final de conferência.

Alguns meses mais tarde, Bortles está em apuros em Jacksonville: o quarterback foi para o banco de reservas com o campeonato em andamento (Cody Kessler será o titular). Os Jaguars amargam sete derrotas consecutivas e têm o quinto pior ataque da NFL em pontos. Blake Bortles segue não demonstrando grande evolução. Bem como consistência, rodada após rodada.

Resumo da obra: o Jacksonville Jaguars ainda busca por um sólido QB titular.

Oakland Raiders: ataque e defesa

Tentativa de solução: contratar o head coach Jon Gruden

Resultado: Oakland venceu dois dos 11 jogos que disputou e negociou nomes como Khalil Mack, Amari Cooper e Bruce Irvin.

Os Raiders talvez sejam o time mais frágil e desnorteado da NFL em 2018. O pior saldo de pontuação da temporada é de Oakland: -140. O que não é surpresa alguma para uma equipe que marca 17 e sofre 29,7, pontos por confronto. A campanha 2-9 do Oakland Raiders é um mero resumo de como as coisas estão caóticas por lá.

A principal razão para esse cenário talvez seja Jon Gruden, treinador contratado na última offsaeson. A ideia era que Gruden desse à franquia a mesma competitividade que conseguiu no começo dos anos 2000. Contudo, o treinador parece ultrapassado. Derek Carr vive o pior momento de sua carreira, o elenco do time em geral é fraco e os principais talentos individuais estão em outro destino.

De fato, Jon Gruden tem em mãos ótimas escolhas de draft nos próximos anos. Há uma grande expectativa sobre as futuras decisões do técnico, aliás. Por ora, ele trocou o certo pelo duvidoso – e o resultado é desastroso.

Caio Miari Santos, 22 anos, jornalista e apaixonado por esportes, enfatizando os americanos, principalmente o futebol americano. É também fundador do Shotgun, no qual produz, apresenta e edita os podcasts do Rádio Shotgun! Contribui semanalmente com um texto sobre a bola oval para a THE360.

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